sábado, 17 de janeiro de 2015

Prosa com a saudade

Gosto das suas pintinhas. Me divirto com elas. São tantas espalhadas pelo corpo. Um dia ainda hei de contar todas(risos). Gosto também da forma como você procura minha mão, pra gente andar de mãos dadas. Gosto até do seu olhar meio de sono, meio safado. Nunca sei se você quer dormir, ou fazer amor. Seja lá o que for, a gente acaba fazendo amor e dormindo depois. Gosto quando você diz ter saudade, mesmo eu não acreditando muito. Ou quando você me prende na cama, com o abraço mais forte e mais gostoso do mundo, estendendo o dia mais um pouquinho e se atrasando pro trabalho. Só não gosto quando você vai embora. Logo quando você vira as costas e sobe a ladeira, a saudade já começa a apertar, pedindo pra você voltar, pedindo pra você ficar mais um cadinho, pra você não desgrudar de mim. É nessa hora que eu fecho o portão e digo pra ela que não tem nada não, que logo logo você ta de volta pra gente se amar. E haja amor!

domingo, 4 de janeiro de 2015

Cara estranho

Era terça-feira, ainda.
Sofia estava sendo corroída pelo tédio. Então resolveu sair, respirar um ar mais puro. Foi até a sua cafeteria preferida, do tipo "Starbucks" e pediu o de sempre. Pegou seu caderninho de poesias e danou a rascunhar frases soltas, com algum sentido, ou talvez nenhum. O café chegou. Doce, com aquele toque levemente amargo no final do gole. Sofia suspirou. Era uma das coisas que mais amava na vida. O cheiro e o gosto do café. Entre um gole e outro, mais frases rabiscadas. Poderia passar a tarde ali que nem sentiria o tempo passar. Foi quando percebeu alguém lhe observando. Um rapaz. Devia ter uns 22 anos. Meio branco, meio moreno. Amarelado talvez. Uma barba rala ou quem sabe, um projeto de barba. Usava óculos grandes e um blusão quadriculado.Mesmo de blusão, dava pra ver que ele tinha uma tatuagem no braço. Um cara aparentemente normal, mas que naquela tarde, sentado naquela cafeteria, tomando aquele café com aquele olhar, se tornou diferente. Sofia rapidamente abaixou a cabeça e voltou o olhar para seu caderno. Até que o mesmo se levantou e foi até a mesa da moça.
- Boa tarde, posso me sentar?
- Hm, acho que não. Sempre ouvi dizer que não é legal falar com estranhos.
- Mas se você não me deixar sentar, eu nunca vou deixar de ser um estranho.
- Tudo bem, sente logo.
- Vem sempre aqui?
- Quase sempre. Gosto daqui, dá pra relaxar e escrever umas coisas legais.
- Sabia que você tem os olhos mais lindos que já vi?
Sofia tinha olhos negros. Nada de azul ou verde. Mas por algum motivo, ele os achou especiais.
- Érr..obrigada (risos)
- Então você escreve?
- Sim, costumo.
E os dois passaram a tarde ali, conversando e deixando a estranheza de lado.
No dia seguinte, se encontraram novamente, no mesmo lugar.
E repetiram isso por  alguns dias mais.
Não era amor, ainda. Mas poderia ser. Vai saber.