segunda-feira, 30 de maio de 2016

Utopia do (fazer) amor

[Você pode ler este texto ao som de Nothing's Gonna Hurt You Baby]

Esses dias ouvi uma música e lembrei de você.
Daquelas que a gente perde a noção do tempo de tão gostosa que é.
Decidi ir até a sua casa e te tirar pra dançar.
- Oi, posso passar aí? É que tenho uma coisa pra te mostrar.
Noite de sexta-feira, friozinho convidativo, um vinho pra gelar.
Coloco a música pra tocar, te puxo pra perto num convite a ensaiar uns passos meio tortos no meio da sala.
Você cola o rosto no meu.
Ficamos um bom tempo em silêncio, sentindo a música.
Não resisto ao seu perfume e dou um beijo em seu pescoço. Mais outro. E outro.
Subo lentamente os lábios até a sua orelha na intenção de dizer algo, mas calo.
Apenas uma mordidinha de leve, daquelas que te da um arrepio. E confesso, adoro fazer isso.
Você entende os sinais.
Acaricia lentamente minhas costas por debaixo da blusa e abre meu sutiã.
Num centésimo de segundo, estamos sem nossas blusas. Peito colado.
Meu coração acelera. Inevitável. Espero que não se importe.
E de repente estamos na cama, nus, entrelaçados.
Você me beija com uma espécie de sede, como se pudesse me engolir através daquele beijo. E eu correspondo. E quero mais.
Avança pelo meu pescoço e para em meus seios. Brinca com eles e confesso, já estou cheia de prazer.
Passeia um pouco mais pela minha barriga e por fim, chega aonde queria chegar.
Com uma habilidade quase profissional, você usa sua língua, e faz tudo bem devagar na tentativa de me sentir, sentir meu gosto por mais tempo.
Nessa hora o prazer transborda.
Há uma espécie de explosão aqui dentro.
É tanto sentimento que não cabe em mim que me deságuo em você.
Agora sou eu que estou te sentindo, sentindo seu gosto, seu cheiro.
Sinto cada parte sua.
Devagar.
Mais intenso.
Devagar.
E de repente você está dentro de mim.
E de repente ninguém sabe mais quem é quem. Somos um só. Nos pertencemos.
Beijos. Carícias. Toques. Gemidos.
Mãos. Pernas. Línguas. Ouvidos.
O ar falta...

E de repente um gemido mais alto.
O triunfo do gozo final.