Eu entendo. Não sou a garota que
você sempre sonhou. Não sou politizada. Não gosto de cerveja, muito menos de me
embriagar nos bares da vida às sextas-feiras. Pra falar a verdade, faz tempo
que não vejo graça nas baladas da vida. Prefiro um cineminha, ou um filminho na
TV de casa depois de um sexo casual. Não sei cantar todas as músicas de Chico.
Não curto livros sobre Marighella. Sou muito mais a favor dos meus romances,
minhas histórias sobrenaturais com vampiros, imortais, anjos e demônios. Sou
tão insegura quanto uma criança que está começando a dar os seus primeiros
passos. Críticas me magoam fácil. Choro fácil também. Sim, sou sensível. Sou
grudenta. Gosto de carinho toda hora, abraço e beijo toda hora, conversar
toda hora. Eu não era assim, mantinha minha individualidade ali, firme e forte.
Mas de uns tempos pra cá, me descobri assim. Carente. Já deu pra perceber que
gosto de atenção, né? Não costumo ter respostas na ponta da língua. Então se
você me perguntar qual sanduíche eu vou querer minha primeira resposta vai ser
“Não sei”. Sou preguiçosa, e mantenho uma relação de fidelidade com o botão
soneca. Meu pai diz que quando eu casar, na minha casa só vai ter bolo de
chocolate. Por trás dessa cara de durona tem uma garota frágil, bem frágil. Sou
ciumenta, e ai de quem chegar perto do que é meu. Sou a rainha do drama. Às
vezes sou infantil. Resumindo, eu sou um grande saco de futilidades. E afinal,
quem iria querer carregar este saco nas costas? Pois é, ninguém. Eu sei, eu não
sou a garota que você sempre sonhou, nunca fui e nunca vou ser. E se não quiser
ficar, vou entender.
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